Entenda o que é o flip de startups e o que isso muda para o investidor anjo.
Imagine a seguinte situação:
Você, investidor anjo, investiu em uma startup que está crescendo rapidamente e começando a chamar a atenção de grandes investidores e fundos de venture capital.
Em sua próxima rodada de investimento, um grande fundo de VC internacional tem interesse em liderar a rodada, porém, para que isso ocorra, eles exigem que a empresa funcione sob uma jurisdição com a qual tenham maior familiaridade.
E então surge o veredito: será necessário realizar o flip da empresa — ou, também comumente chamado, “flipar” a startup.
Essa situação é mais comum do que parece, mas pode causar receio ou até confusão, tanto para os sócios da empresa quanto para os investidores.
Neste artigo, vamos explorar tudo sobre o flip de uma startup.
O que é Flip
O termo técnico para o Flip é “Conferência Internacional de Ações“.
O flip acontece quando uma empresa brasileira passa a operar sob a jurisdição de outro país — normalmente em Delaware, nos Estados Unidos, mas podendo ser em outras offshores — mantendo sua operação em solo brasileiro.
Ao realizar o flip, os sócios acionistas, detentores de uma cota da startup brasileira, entregam suas cotas para uma corporação estrangeira, que, em contrapartida, entrega ações para esses sócios.
O nome “flip” vem justamente dessa troca de cotas por ações — sua tradução do inglês significa “troca” ou “inversão”.
Por que realizar um flip
A demanda para “flipar” a startup pode vir de um fundo estrangeiro, ou de um fundo brasileiro com capital estrangeiro, que tenha interesse em investir na solução.
Isso porque, por ser um mercado relativamente novo, os grandes fundos não estão familiarizados com o modelo, a legislação e a tributação brasileiras, preferindo assim realizar investimentos em jurisdições nas quais já têm domínio, podendo contar com incentivos fiscais e até mesmo menores taxas de impostos.
Mas essa vontade também pode partir dos próprios fundadores ou sócios da empresa, que, ao possuírem a ambição de levar o negócio ao nível global, entendem a necessidade de realizar o flip da startup.
Quais são os benefícios de realizar o flip de uma startup
Ao realizar a Conferência Internacional de Ações, conforme mencionado anteriormente, os sócios estão elevando sua solução a um nível global e, assim, expandindo as possibilidades de venda para outros países.
Dois principais benefícios são:
- Interesse de investidores internacionais: Ao realizar o flip, sua empresa poderá entrar no radar de grandes fundos de venture capital, uma vez que sua jurisdição estará sob uma corporação com a qual esses fundos já estão familiarizados.
- Acesso ao mercado internacional: Com o flip, a startup passa a se posicionar globalmente, podendo explorar mercados e realizar vendas internacionais.
O que muda para investidores anjos
Para os investidores anjos que aportaram capital em uma startup que está se preparando para realizar o flip, o impacto será semelhante ao dos sócios.
Conforme explicamos, ao “flipar” uma startup, os sócios entregam suas cotas e, em troca, recebem ações.
Com os investidores anjos, o movimento é similar. Geralmente, os anjos possuem um contrato de mútuo conversível, que é trocado por um instrumento conversível na jurisdição americana (ou offshore), podendo se transformar em uma SAFE ou uma convertible note.
Apesar desse movimento ser positivo para a startup — já que ela está escalando para níveis globais — é importante que o investidor estude e se informe bem sobre essa troca, uma vez que, no momento de saída do investimento, o flip impactará a tributação da pessoa física.
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