O investimento anjo impulsiona o crescimento e o desenvolvimento de empresas e startups em fase inicial, tornando-se uma prática valiosa para o ecossistema empreendedor.
Nos dias atuais, o mercado de startups está ganhando cada vez mais destaque no mercado. Um dos motivos para isso é a capacidade dessas empresas em oferecer soluções inovadoras para todos os setores da sociedade.
Além disso, o alto potencial de crescimento dessas organizações também contribui significativamente para sua ascensão no cenário empresarial. Por conta desse, entre outros fatores, essas empresas têm atraído cada vez mais olhares e investimentos.
À medida que essas empresas tech buscam trazer ao mercado produtos e serviços disruptivos, muitas vezes carecem de recursos e orientação para concretizar suas visões ambiciosas.
Nesse contexto, o investimento anjo desponta como uma peça fundamental para o desenvolvimento e expansão das startups.
De acordo com um levantamento realizado por uma rede de 24 grupos de investidores anjo – incluindo nós do GVAngels, Anjos do Brasil, BR Angels, FEA Angels, entre outros -, somente no ano de 2022 foram aportados R$ 68 milhões em 128 startups.
Nesse artigo, aprofundaremos no universo do investimento anjo, abordando os principais aspectos que envolvem essa prática de investimento e como ela tem se tornado um ponto focal do ecossistema de startups.
O que é investimento anjo
Você sabia que a Broadway e o mercado de startups compartilham algo em comum?
Assim como as startups precisam captar recursos para garantir sua sobrevivência, a Broadway também necessitava do apoio de investidores para custear a produção de suas peças teatrais. Esses investidores eram conhecidos como “Anjos”.
Foi nesse contexto, lá no início do século 20, nos Estados Unidos, que o termo “Angel Investor”, ou “Investidor Anjo”, foi cunhado
Além do aporte financeiro, esses investidores, muitas vezes empresários ou executivos já bem reconhecidos no mercado, oferecem auxílio às empresas com capital intelectual. Isso é oferecido através de mentorias, consultorias e conselhos baseados em sua expertise e experiência. Esse tipo de investimento também é conhecido como smart money.
Ao unir recursos financeiros e conhecimento estratégico, o investimento anjo impulsiona o crescimento e o desenvolvimento dessas empresas promissoras. Por isso é considerada uma prática valiosa para o ecossistema empreendedor.
O que é preciso para ser um investidor anjo
Os investidores anjo, em geral, são pessoas físicas, muitas vezes grandes empresários ou executivos com relevância no mercado, impulsionados pela paixão por empreendedorismo e pelo desejo de fomentar o crescimento de novos negócios.
Porém, para se tornar um investidor anjo de sucesso é necessário:
- Possuir uma ampla rede de contatos: uma das principais funções do investidor anjo é conectar a startup com pessoas influentes e relevantes no mercado. Por isso, ter uma rede de contatos extensa é fundamental para abrir portas e oportunidades para o negócio;
- Ter conhecimento e expertise na área demandada: investidores anjos geralmente buscam empresas que atuam em setores em que possuem conhecimento e expertise.
Esse know-how possibilita oferecer orientações valiosas e estratégias para o crescimento da startup, muitas vezes através de mentorias, consultorias, ou conselhos técnicos e estratégicos.
Por conta disso, o investimento anjo é, de forma geral, conhecido como smart money, ou dinheiro inteligente.
- Manter-se atualizado sobre o mercado: estar atualizado sobre as tendências e as mudanças no mercado é crucial para tomar decisões informadas sobre os investimentos e ajudar a startup a se posicionar competitivamente.
É importante destacar que, em geral, o investidor anjo possui uma participação minoritária no negócio e não assume uma posição executiva dentro da empresa. Em vez disso, eles atuam como conselheiros, oferecendo orientações valiosas e auxiliando a equipe em decisões cruciais.
O que um investidor anjo busca
Ao buscar realizar investimento anjo, esses investidores, muitas vezes, estão visando diversificar sua própria carteira de investimentos. Além disso, esses “anjos” também têm interesse em impactar diretamente o ecossistema de inovação, além de ter a possibilidade de ajudar na performance do investimento – o que chamamos de smart money.
É importante frisar que por se tratar de pessoas físicas aportando seus próprios recursos, cada um possui uma tese e critérios próprios que levam em consideração antes de tomar a decisão de investir em uma empresa.
Porém, há algumas características que são, quase, um consenso geral entre a grande maioria das pessoas que realizam investimento anjo, veja a seguir alguns exemplos:
- Equipe competente e comprometida: investidores anjo procuram empreendedores talentosos, apaixonados e 100% comprometidos com o próprio negócio. Uma equipe sólida e com habilidades complementares aumenta a confiança do investidor e a probabilidade de sucesso.
- Mercado com potencial de crescimento: o tamanho e o potencial do mercado em que a startup atua são fatores cruciais para um investidor anjo. Eles desejam mercados amplos e em expansão, pois isso significa mais oportunidades de crescimento e retorno sobre o investimento.
- Tração e validação: investidores anjo preferem startups que já tenham demonstrado algum nível de tração e validação de mercado. Isso pode ser alcançado por meio de clientes satisfeitos, parcerias estabelecidas ou métricas de crescimento consistentes.
- Saída estratégica: os investidores anjo desejam saber como e quando poderão obter retorno sobre o investimento. Portanto, é importante que a startup tenha uma estratégia clara de saída, seja por meio de aquisição, IPO ou outra via.
Além desses fatores mencionados, um ponto que é de extrema importância na hora de realizar um investimento anjo é que haja sinergia entre o empreendedor e o negócio com o investidor. Assim, a relação entre ambas as partes pode se dar com maior abertura, sendo possível construir uma parceria duradoura e baseada na confiança.
O que os associados do GVAngels procuram na hora de realizar um investimento anjo
Não diferente dos investidores anjo de forma geral, os associados de nosso grupo também possuem suas próprias teses e critérios que os guiam na hora de tomar a decisão entre participar ou não de um deal.
Conheça a perspectiva de alguns deles e o que valorizam ao analisar futuros investimentos:
- Fabio Zoppi: A história das empresas é um fator essencial para Fabio. Desde a fundação até a relação entre os fundadores e cofundadores, ele busca entender a trajetória da startup. O processo de validação e o desenvolvimento dos primeiros MVPs também são pontos de interesse para Fabio, pois isso demonstra a evolução da ideia e sua adaptação ao mercado.
- Luciana Nazar: Luciana concentra sua análise na tecnologia e no empreendedor por trás da startup. Ela valoriza empresas que estão inovando com tecnologias disruptivas e empreendedores que demonstram habilidades e visão para impulsionar o negócio.
- Cairê Moura: Cairê direciona sua atenção para setores específicos, como health, previdência privada e energia. Ele busca startups que ofereçam soluções inovadoras e impactantes nesses segmentos, potencializando o crescimento e o alcance de suas iniciativas.
- Maíra Castro: Maíra se interessa por negócios B2B, SaaS e marketplaces, focando em empresas que apresentem sólidas soluções tecnológicas. Além disso, a presença de fundadores excepcionais é um ponto crucial para chamar sua atenção e confiança.
- Andrea Diniz: Andrea procura negócios que causem impacto e, por isso, tem um interesse especial por Edtechs e Agtechs. Além disso, ela está em busca de soluções relacionadas a energia e água sustentáveis, demonstrando sua preocupação com empreendimentos que visem um futuro mais sustentável e responsável.
- Felipe Guarnieri: Felipe busca startups com modelos de negócio escaláveis e que já tenham demonstrado capacidade de se manterem sustentáveis. Sua abordagem de “smart money” envolve contribuir não apenas com recursos financeiros, mas também com conhecimento estratégico para impulsionar o crescimento das startups em que investe.
De forma geral, nossos investidores anjo têm perspectivas únicas e complementares sobre o que procuram em startups.
Desde a história da empresa até o potencial de impacto e sustentabilidade, cada investidor busca oportunidades alinhadas com seus interesses e valores.
Para empreendedores em busca de investimento anjo, compreender essas preferências pode ser crucial para atrair a atenção e o apoio desses investidores, acelerando assim o crescimento e o sucesso de suas startups.
Como funciona um grupo de investidores anjos
Um grupo de investidores anjos é uma associação de indivíduos que compartilham o interesse em investir em startups e empresas promissoras. Ressaltamos que não há a obrigatoriedade de realizar um investimento anjo, os grupos também são espaços valiosos para networking, trocas de conhecimento e experiência.
De forma geral, esses investidores reúnem seus recursos financeiros, conhecimentos e experiências para analisar, selecionar e apoiar coletivamente empreendimentos com potencial de crescimento.
É importante frisar que cada grupo possui suas particularidades e diferenças em seus funcionamentos.
Em alguns casos, são os próprios membros do grupo que realizam a busca por novas oportunidades de investimentos, realizam as análises necessárias para entender se as startups encontradas possuem forte potencial de crescimento, para então iniciarem os processos de investimento.
No caso do nosso grupo de investidores anjo GVAngels, existe um time especializado que realiza uma curadoria mensal das startups que demonstram grande potencial de crescimento. Essas empresas passam por dois comitês:
- Comitê de Screening: formado pelo time de especialistas interno do GVAngels que analisam todas as startups que se encaixam em nossa tese e filtram aquelas que apresentam maior potencial de crescimento, levando em consideração o mercado e os resultados até então apresentados
- Comitê de Seleção: formado por alguns de nossos investidores mais experientes, esse comitê analisa as startups selecionadas pelo Comitê de Screening, e selecionam aquelas que, de acordo com suas expertises e conhecimentos, são as mais promissoras.
E então, as startups selecionadas nessa última etapa são convidadas a participar de nossos Fóruns de Investimento.
Nos Fóruns os empreendedores apresentam seus pitch decks para nossos investidores e convidados – o evento é aberto ao público. As startups selecionadas no Fórum entram em processo de Due Diligence, que é realizado por um investidor líder, e então seguem para um possível investimento.
Após a decisão de investimento, aqueles membros que têm interesse na startup selecionada contribuem financeiramente com a startup selecionada. Além disso, eles podem oferecer suporte em forma de mentoria, conexões com parceiros estratégicos e insights valiosos baseados em suas experiências.
O investidor líder monitora o progresso da startup ao longo do tempo – e reporta para os investidores do grupo que participaram do deal. Eles acompanham o desempenho, fornecem orientações quando necessário e buscam maximizar o potencial de sucesso do empreendimento.
Benefícios de um Grupo de Investidores Anjos
O modelo de grupo de investidores anjos oferece diversas vantagens:
- Diversificação de Riscos: ao investir coletivamente em várias startups, os riscos são distribuídos entre os membros do grupo.
- Compartilhamento de Conhecimento: os membros do grupo trazem diferentes habilidades, experiências e contatos para o ecossistema de startups. A colaboração entre os investidores resulta em uma rede de apoio valiosa para as startups investidas.
- Acesso a Melhores Oportunidades: ao unir recursos e ganhar relevância no ecossistema, o grupo pode atrair startups mais atraentes e promissoras, pois oferece um aporte financeiro mais substancial e um conjunto diversificado de competências.
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O que a lei diz sobre investimento anjo
De acordo com a Lei Complementar 155/2016, o perfil do investidor anjo é definido como aquele que pode investir em microempresas ou empresas de pequeno porte, oferecendo suporte financeiro para impulsionar o desenvolvimento dos negócios. Tanto pessoas jurídicas quanto pessoas físicas podem exercer esse papel.
Essa lei também estabelece uma importante exigência em relação à duração do contrato de participação. O período máximo de vigência do contrato não pode exceder 7 anos, assegurando que o investidor tenha um prazo estabelecido para recuperar seu investimento e colher os frutos do crescimento do empreendimento.
É válido ressaltar que houve uma atualização realizada em 2017 pela Lei Complementar que assegura que o investidor anjo não se torne sócio da empresa investida.
Essa mudança é benéfica tanto para o investidor, que não terá responsabilidade legal pelas operações da empresa, quanto para a empresa, que pode receber investimento sem alterar sua composição societária.
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