Venture Capital é uma abordagem muito comum no ecossistema de inovação, destacando-se como uma das principais formas de captação de capital para startups.
O mundo dos investimentos é muito vasto. Existem diversas possibilidades para quem quer garantir um futuro retorno financeiro. Essas opções variam conforme o perfil de cada investidor, podendo ser classificados em três categorias principais:
- Conservador: Investidores com este perfil priorizam a preservação do capital, optando por investimentos de baixo risco que proporcionam maior segurança. Exemplos incluem títulos do governo, certificados de depósito (CDs) ou fundos do mercado monetário.
- Moderado: Investidores moderados buscam um equilíbrio entre crescimento e preservação de capital, estando dispostos a assumir um pouco mais de risco em busca de retornos superiores. Diversificam seus investimentos em ações, títulos e outros ativos.
- Agressivo: Este perfil de investidor busca maximizar o crescimento do capital e está disposto a assumir riscos substanciais. Eles podem concentrar seus investimentos em ações, fundos de risco ou ativos mais voláteis.
Embora a associação com investimentos de risco em empresas frequentemente nos leve a pensar no mercado de ações, ou seja, empresas já bem sucedidas que realizaram sua Oferta Pública de Ações (IPO), existe uma outra modalidade que promete retornos financeiros significativos quando bem-sucedida e tem crescido cada vez mais no Brasil: o Venture Capital.
Este artigo propõe aprofundar o entendimento sobre essa forma específica de investimento.
Boa leitura.
O que é Venture Capital
Venture Capital, ou Capital de Risco, representa uma modalidade de investimento dedicada a fornecer recursos financeiros e intelectuais a empresas de pequeno e médio porte que ainda não realizaram o IPO (Oferta Pública Inicial).
Essa abordagem é muito comum no ecossistema de inovação, destacando-se como uma das principais formas de captação de capital para startups.
Nesse processo, investidores institucionais, conhecidos como venture capitalists, direcionam capital para as startups em troca de participação acionária.
O objetivo primordial desse investimento é impulsionar o crescimento dessas empresas, oferecendo meios financeiros para pesquisa, desenvolvimento, expansão de mercado e outras demandas essenciais.
Os venture capitalists, caracterizados por um perfil agressivo, assumem riscos substanciais ao investir em startups, dado que muitas delas operam em setores marcados por alta incerteza e oferecem soluções inovadoras.
Em contrapartida ao capital investido, eles aguardam retornos significativos no momento do exit, ou saída – também conhecido como evento de liquidez.
É importante ressaltar que o Venture Capital vai além do simples aporte de capital, podendo incorporar recursos intelectuais, como orientações estratégicas e mentorias por parte dos investidores, contribuindo diretamente para o crescimento e sucesso da startup.
Essa interação não só amplia as chances de êxito da empresa como também adiciona um componente valioso à dinâmica desse tipo de investimento.
Como funciona
Ao reconhecer a necessidade de captar recursos financeiros, empresas ou startups frequentemente buscam participar de rodadas de investimento para impulsionar seu crescimento.
As rodadas de investimento representam o principal meio pelo qual startups levantam capital.
Embora o processo possa variar ligeiramente entre os promotores do evento, a ideia central permanece a mesma: empreendedores apresentam seus pitches, enquanto investidores interessados oferecem capital em troca de uma participação acionária na empresa.
Essas rodadas se dividem em fases, são elas:
- Pré-seed: A primeira rodada ocorre quando os projetos ainda estão em desenvolvimento, muitas vezes na fase de teste do Produto Mínimo Viável (MVP). Nessa etapa, o investimento se concentra principalmente na ideia, auxiliando nos primeiros passos da solução. Os empreendedores podem contar com o apoio de familiares e amigos, também conhecido como “FFF” (Family, Friends and Fools), além de Investidores Anjo;
- Seed: Na segunda rodada, as soluções já foram validadas, e as empresas buscam capital para expandir o negócio e aprofundar pesquisas e desenvolvimento. Nesse estágio, os empreendedores conseguem apresentar projeções mais estruturadas e dados concretos sobre a solução;
- Série A: A partir desta fase, as rodadas tornam-se mais substanciais, com startups exibindo maturidade e influência no mercado. O foco principal é expandir o público-alvo, lançar novos produtos e ampliar o negócio. Investidores que optam por essa fase conseguem ter uma visão mais concreta do potencial de crescimento do negócio.
- Série B: Neste estágio, a empresa em busca de aporte financeiro já possui uma base sólida de clientes, conquistou a confiança do mercado e busca escalabilidade adicional. O objetivo é expandir o mercado, aumentar o time de operações ou até mesmo adquirir outras empresas no ecossistema.
A partir da Série B, as rodadas seguem a sequência do alfabeto, como Série C, D, E, etc. À medida que as rodadas avançam, espera-se maior maturidade e resultados das startups.
Os investidores ganham maior confiança na empresa na qual estão investindo, potencializando o crescimento, expansão internacional e outras estratégias para impulsionar ainda mais o negócio.
Este ciclo contínuo de investimento Venture Capital não apenas fornece o capital necessário para o desenvolvimento das startups, mas também estabelece parcerias estratégicas e impulsiona a inovação, contribuindo para o crescimento sustentável das empresas no cenário empresarial.
Qual a diferença entre investimento anjo e venture capital
Ambos considerados investimento de alto risco, tanto investimento anjo quanto venture capital visam investir capital em empresas – em sua maioria startups.
Uma das principais diferenças é a fase de maturidade do negócio em que o investimento em si é realizado.
O investimento anjo ocorre nas fases iniciais de uma startup, como Pré-Seed e Seed. Dado que o investimento ocorre enquanto a solução ainda está sendo testada e validada, o risco de perda é mais elevado, uma vez que muitas startups não conseguem ultrapassar os primeiros anos de vida.
No entanto, caso a startup alcance o sucesso, os retornos desse tipo de investimento podem ser exponenciais.
Já os investimentos de VC ocorrem em sua maioria a partir das rodadas Série A, momento em que as startups já estão com suas soluções validadas e estão em fase de expansão do negócio.
Outra distinção crucial é que os investidores anjos são, em sua maioria, pessoas físicas com vasta experiência no mercado em que estão investindo, seja como executivos ou empreendedores.
Já os investimentos em venture capital são realizados majoritariamente por fundos de investimentos, possibilitando aportes financeiros substanciais e garantindo retornos significativos para os envolvidos.
Em resumo, enquanto o investimento anjo é caracterizado por ser mais pessoal, com quantias menores e em estágios iniciais, o venture capital é institucionalizado, envolve montantes consideráveis e é direcionado a startups em estágios mais avançados de desenvolvimento.
Ambas as formas desempenham papéis cruciais no ecossistema de financiamento, contribuindo para o crescimento e sucesso contínuo das empresas emergentes.
Fundos de Venture Capital
Conforme mencionado anteriormente, os investimentos Venture Capital, ocorrem em sua grande maioria através dos fundos de investimento.
Os fundos de venture capital reúnem capital de investidores que alocam seus recursos no grupo com o intuito de investir em startups e empresas em estágios iniciais que apresentam forte potencial de crescimento.
O primeiro passo para montar um fundo de investimento é arrecadar capital de investidores, que nesse caso podem ser grandes instituições financeiras, family offices, fundos de pensão, pessoas físicas ou até mesmo corporações.
Após essa primeira arrecadação, os responsáveis pela gestão do fundo, irão analisar empresas que apresentam grandes possibilidades de crescimento e que apresentam alta escalabilidade para aplicar os recursos do fundo, em troca de participações acionárias;
Assim como no investimento anjo, os gestores do fundo realizam um acompanhamento periódico das empresas investidas e, caso necessário, podem oferecer orientações estratégicas, mentorias e networking para impulsionar ainda mais o potencial de crescimento da empresa – garantindo assim seu sucesso e um possível retorno financeiro no futuro.
O objetivo final é que a empresa investida atinja seu exit, ou saída, em alguns anos – podendo demorar até dez anos – e, dessa forma, os ganhos podem ser recolhidos e distribuídos proporcionalmente entre os investidores que alocaram capital no fundo.
Atual contexto de Venture Capital
O ano de 2023 manteve-se desafiador para o mercado global de Venture Capital, não apenas pelas altas taxas de juros, mas também conflitos globais e um conservadorismo maior por parte dos investidores nos levaram ao que muitos chamam de “o inverno das startups”.
O ano trouxe os menores volumes de investimentos já registrados desde 2015, no cenário global. De acordo com uma pesquisa do Pitchbook em parceria com a National Venture Capital Association, os recursos financeiros captados pelos fundos de VC teve uma queda de 47,5% – totalizando US$ 160,9 bi,
Esse cenário na América Latina se mostra um pouco mais otimista, onde os fundos e gestores de VC captaram US$ 2 bi – em 2022 havia sido US$ 1,4 bi.
Porém, o volume de investimentos em startups registrados no último ano apresentou uma queda se compararmos com 2022 – US$ 4 bi em 864 em 2023, contra US$ 9,6 bi em 1.353 rodadas em 2022.
De acordo com dados divulgados pela plataforma de inovação Distrito, grande parte dos aportes em startups em 2023 foi destinado para startups em estágio inicial, incluindo investimento anjo, pré-seed e seed, o que totalizou 581 deals no volume de US$ 1,4 mi.
Isso nos mostra que apesar do mercado estar passando por momentos difíceis, os investimentos em estágios iniciais, como investimento anjo por exemplo, não perderam sua força e relevância no ecossistema.
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